Eduardo Carvalho

15 filmes, 15 livros, 15 minutos

Fiz estas duas listas recentemente para uma brincadeira ano Facebook, convidado pelo Alexandre: o objetivo era listar, em 15 minutos, os filmes que mais me marcaram. Alguém estendeu a idéia para livros, e fiz minha lista também. Seguem as duas aqui.

15 filmes

• Janela indiscreta
• Indiana Jones (como se todos fossem um filme só) 
• The Darjeeling Limited
• O Império do Sol  
• Se meu apartamento falasse
• Barry Lyndon
• Fitzcarraldo
• Night on Earth
• Match Point
• In the Company of Men
• Meu pé de laranja lima
• Apocalypse Now
• Domicilio conjugal
• Antes do amanhecer

15 livros

• O fio da navalha, W. Somerset Maugham
• Minha formação, Joaquim Nabuco
• The Education of Henry Adams, Henry Adams
• Retrato de uma senhora, Hanry James
• As aventuras de Huckleberry Finn, Mark Twain
• Moby Dick, Melville
• Com o diabo no corpo, Raymond Radiguet
• A idade viril, Michel Leiris
• Contraponto, Aldous Huxley
• O cortesão, Baldesar Castiglione
• Juventude, Conrad
• Peer Gynt, Henrik Ibsen
• No caminho de Swann, Proust
• Terra dos homens, Saint-Exupéry
• O afeto que se encerra, Paulo Francis

O filme é uma merda e o diretor não é genial

Fui empolgado assistir Viajo porque preciso, volto porque te amo, cujo título é muito simpático. Mas é muita inocência esperar alguma coisa de um filme brasileiro, como dizem, experimental. As cenas são feias e pretensiosas, como a da bunda rebolando num quarto de motel. O discurso do personagem principal é cheio de clichês ("olhos cor de mel") e de passagens desnecessariamente escatológicas ("parada pra mijar" logo na abertura do filme e descrições de "vulvas em flor" ou coisa parecida). Todas as tomadas -- insistentemente lentas, supostamente reflexivas -- parecem querer esfregar o "Brasil profundo" na testa de um brasileiro urbano que nunca tomou sol sem protetor. No geral, o filme, que anda elogiado pela sensibilidade, criatividade, etc., não é muito diferente do que seria um documentário pré-adolescente sobre a rotina de um caminhoneiro obcecado por travestis. É cinema brasileiro naquele antigo -- e no seu pior -- sentido.

Um título

Estreou neste fim de semana um filme que pretendo assistir faz tempo. Não especificamente por nada, a não ser por um motivo, aliás muito especial: o título: Viajo porque preciso, volto porque te amo. Porque é mais ou menos assim que as coisas são.

Repulsa a só sexo

É quase uma mania de adaptações literárias incluir uma aura homossexual em relações psicologicamente mais complicadas entre dois homens. Visconti fez de Aschenbach praticamente um maestro pedófilo. Anthony Minghella fez Ripley quase beijar na boca de Dickie. E agora Julian Jarrold fez de Sebastian, um cara até simpático em Brideshead Revisited, uma bichinha apaixonada por Charles Ryder. No cinema, tudo é amor.

Um hábito desnecessário

Uma coisa que tenho feito muito ultimamente: ir ao cinema. Estou quase me convencendo de que a leitura é -- pelo menos em certos momentos da vida -- um hábito desnecessário.

Todo mundo em Wonderland

Em todos os lugares hoje encontro alguma coisa sobre Alice no país das maravilhas, por causa desse Tim Burton novo. Coloquei até a minha edição do livro aqui na cabeceira, para reler. Minha localização no Twitter, lá desde 2007, reparei agora, acho que nunca esteve tão a propósito. Me sinto assim menos sozinho.

Cinema que não é um paraíso

Tentei assistir no carnaval, na praia, Cinema Paradiso, de que falam tanto. Dormi. Foi de certo modo um alívio, portanto, ler o Jabor hoje: "Não há 'cinema paraíso' (por isso, aquele filme italiano é tão ruim)". Mas me parece forçado seu "amei Avatar", que está -- no que se refere à capacidade de um filme provocar tédio -- no mesmo patamar de Cinema. É curiosa, aliás, essa necessidade do pessoal mais velho sair elogiando "a tecnologia a serviço da poesia". Que poesia?

O segredo do cinema argentino

Daniel Piza sem querer explicou bem detalhadamente, na Sinopse de hoje, este meu post da semana passada: por que o cinema brasileiro não consegue fazer filmes como O segredo de seus olhos. E lamenta: “Personagens ambivalentes, contextualização histórica, idéias sem ideologia -- eis os itens principais de que sinto falta na grande maioria dos filmes brasileiros”. Somos dois.

"Ilha do medo", escritores e mulheres

Foi praticamente uma mesa da Flip -- considerando a platéia -- a seção de Ilha do Medo no Iguatemi ontem à noite: de um lado, Bernardo Carvalho, sempre presente em Parati, e, de outro, Contargo Calligaris, que citou muito Conrad no evento em 2008. Não fosse, claro, a presença enorme e quase anti-literária de Roberto Justus, sentado ao lado -- por acaso, imagino -- de Contardo. Mas convenhamos: pelo que reparei, talvez eu também abrisse mão de qualquer relação com escritores brasileiros contemporâneos (já não tenho quase nenhuma, é verdade) por horas com as pernas da Ticiane Pinheiro. Só sugeriria que ela trocasse esse nome antes, naturalmente.

Mas acho que eu também abriria mão de anos com as pernas da Ticiane (?) se precisasse conversar cinco minutos com ela. Ilha do medo é um dos filmes mais impressionantes que assisti recentemente. Até entendo que algumas pessoas possam ter restrições a ele e -- num sentido mais abrangente -- ao estilo Scorcese: a palavra kafkaniano e o discurso do policial no jipe sobre violência foram desnecessários, a mulher do detetive poderia ser mais bonita e -- a minha principal objeção antes de ler mais sobre o filme -- o ambiente e várias cenas são muito artificiais. Mas não aguentaria ouvir, depois da seção, que o filme é "chato, louco demais! Longo...". Imagino que nem o Roberto Justus aguente, e, convenhamos, é pra isso que existe Twitter.

Aliás, enquete: você prefere jantar com a Ticiane (?!) Pinheiro ou com a Ivana Arruda Leite?

O segredo do cinema

O segredo de seus olhos é o tipo de filme latino-americano que -- interprete como quiser -- não se faz no Brasil.

Pequeno elogio a Eric Rohmer

Pelo Jonas, que escreveu bem.

Um homem sério

Uma opinião para "Bastardos inglórios"

Eu não sabia exatamente a minha opinião depois de assistir Bastardos inglórios. Algumas coisas me impressionaram muito -- a atuação de Cristoph Waltz, a tensão de algumas cenas que não acabavam, o figurino, etc. -- e outras me incomodaram um pouco: o personagem forçado demais do Brad Pitt,  o suicídio coletivo mal explicado no final, um clima meio adolescente em vários momentos, etc.

Mas só li depois o que o David Denby escreveu sobre o filme. Tinha alguma coisa estranha naquela história, e acho que era mais ou menos isto aqui mesmo: "The picture isn’t boring, but it’s ridiculous, and stunningly insensitive—a teen-ager’s dream of revenge too silly to enjoy, even as a joke".

De Paris para alguém

 

Vi faz tempo, no cinema, mas me lembrei agora, relendo aquele post.

Joseph Campbell e a experiência de estar vivo

Assisti aquela série de entrevistas com Joseph Campbell, O poder do mito. É incrível como ele é sensato em praticamente todos os assuntos. Campbell fala muito sobre a possibilidade de aprendermos com os mitos e na importância de vivermos a sua vida em toda a sua -- digamos -- integridade. Gosto dessa idéia. E acho que histórias conseguem ilustrar um assunto com muito mais precisão do que qualquer teoria. Daí a importância da literatura, etc. 

Gostei especialmente das primeiras entrevistas, "Sacrifício e felicidade" e "O amor e a deusa": a primeira sobre a dificuldade e sobre a importância de encontrarmos o nosso lugar no mundo e o segunda é, claro, sobre amor e relacionamento. Tem uma frase dele que acho impecável: que "o que buscamos não é o sentido da vida, mas a experiência de estarmos vivos". O que talvez seja até mais difícil.

Na companhia de homens

"Assista Na companhia de homens e depois me fala o que você achou". Assisti há uma ou duas semanas e não falei -- para quem me recomendou -- o que achei ainda. Queria passar a responsabilidade pra frente. Assista então, se puder, e depois me diga o que achou, por favor. Se estiver em dúvida se vale a pena, confira o trailler aqui embaixo:

Os melhores detetives do mundo

Murder By Death é um dos filmes mais engraçados assisti recentemente (como foram sem graça, aliás, esses candidatos ao Oscar). Twain é um milionário que mora num castelo macabro e convida os cinco maiores detetives do mundo (e seus acompanhantes) para um jantar e um assassinato. O filme é cheio de momentos fantásticos: os efeitos especiais do castelo (que, de dentro, sempre parece que está chovendo do lado de fora), a conversa entre o mordomo cego e a cozinheira surda-muda, a relação de Peter Sellers (um detetive japonês) e seu filho adotivo, Truman Capote interpretando o anfitrião, etc. É uma sátira — mas não sei se voluntariamente é também um elogio — aos romances policiais e à inteligência infalível dos seus detetives.

Três diretores

Estava pensando em quem são os meus três diretores favoritos trabalhando hoje. Em ordem:

1. Wes Anderson
2. Joel e Ethan Cohen 
3. Woody Allen 

Antes do amanhecer

Assisti de novo Antes do amanhecer (por um motivo, confesso, pessoal). Acho que esse tom do filme — leve e ao mesmo tempo triste —  é muito parecido com a forma como as coisas acontecem na vida: uma série de pequenos acontecimentos, detalhes, que vão se desdobrando aos poucos, e de repente fica difícil se separar de um lugar, de uma pessoa. Aquela cena final, dos lugares por onde eles passaram à noite — uma roda-gigante, um restaurante num barco, um banco escondido, etc. — agora vazios, é um pouco melancólica, mas também é consolo lembrar que mesmo assim eles continuam lá. 

Minha cena preferida (que também é a do Fábio):

"Vestida para casar" e um acontecimento improvável

Achei o melhor momento desse Vestida para casar quando o carro de Jane e Kevin capota na estrada, na chuva, e eles entram num bar na beira da estrada, e começam a beber até acabar a noite dançando em cima do balcão (quer dizer: não é exatamente aí que a noite deles acaba, mas enfim). Essas situações improvisadas, casuais, me parecem cada vez menos prováveis nas cidades maiores, onde praticamente tudo é cronometrado. 

Por isso, foi quase um alívio lembrar que algumas coisas podem acontecer por acaso, naturalmente, e que um momento mais divertido sempre pode consolar uma pequena tragédia. (Nota explicativa: dançar em cima do balcão não é exatamente, para mim, uma diversão.)

"Night on Earth" e um filme que eu queria assistir de novo

Um susurro

Esbarrei por acaso com um trecho do chat com João Moreira Salles, no blog da Bravo na Flip, que inclui um pedido que também gostaria de fazer ao cinema brasileiro:

"Acho filmes como "Tropa de Elite" importantes. Minha questão é que o cinema brasileiro não pode ser feito apenas de filmes sobre violência. De um modo geral, o cinema brasileiro é barulhento (tiros, morte, sofrimento) enquanto o cinema argentino fala aos sussuros. Eu gostaria que o cinema brasileiro sussurrasse um pouco mais."

Jacques Cousteau e um elogio à diversidade do mundo

Acho que não assistia Cousteau desde criança. Assisti outro dia Nilo, uma expedição da sua equipe pelo rio, e gostei. Talvez ele seja um pouco diferente dos seus documentários mais conhecidos, filmados no mar, mas Nilo tem passagens curiosas. É bacana ver o avião de Cousteau sobrevoando e pousando no rio, as conversas com nômades que vivem em suas margens, as filmagens de hipopótamos e da visita a um palácio todo branco, impecável, na beira do Nilo. Existe em Cousteau um elogio à diversidade do mundo, da natureza, que é ao mesmo tempo didático e encantador.

Nós não merecemos tudo isso

Anthony Lane – sempre a melhor leitura sobre cinema – naquelas passagens que tem que entrar numa história da crítica cinematográfica (pelo Ben Casnocha, que lê tudo):

On TV, “Sex and the City” was never as insulting as “Desperate Housewives,” which strikes me as catastrophically retrograde, but, almost sixty years after “All About Eve,” which also featured four major female roles, there is a deep sadness in the sight of Carrie and friends defining themselves not as Bette Davis, Anne Baxter, Celeste Holm, and Thelma Ritter did—by their talents, their hats, and the swordplay of their wits—but purely by their ability to snare and keep a man. Believe me, ladies, we’re not worth it.

Cão sem dono e o novo cinema brasileiro

Trechos (sem comentários) de Cão sem dono, filme do Beto Brant baseado no livro Até o dia em que o cão morreu, do Daniel Galera (ou: "As aventuras sentimentais de Ciro, um Jovem Intelectual"):

• 0min: Sexo na sacada do apê.
• 5min: Vômito de cueca na privada.
• 6min: De regata, conversa com um artista: "Você é um artista".
• 7min: Conversa com Marcela, a namorada-modelo-enigmática: "e o que é a vida senão sonhar?". "É viver".
• 13min: Namorada pelada, sexo interrompido.
• 15min: De cueca preta, bate-papo com amigo da namorada e apreciação do quadro pintado pelo porteiro do prédio: "muuuito loco".
• 17min: Jantar na casa de anã grávida, tatuada e com um top preto com uma estampa prateada: "Trash".
• 20min: Fumando um back do tamanho de uma banana depois de uma "lasanha gourmet".
• 23min: Pudim e papo sobre viagem pra Índia, ioga, meditação e sexo tântrico. (Não escrevi "sexo tântrico comendo pudim".)
• 26min: Sexo no mais íntimo detalhe e, de repente, um violão. (Não disse "fazendo sexo com violão".)
• 29min: Uma poesia: "Marcela linda, gostosa, deliciosa".
• 35-53min: Crise profissional, Marcela sai do apê, pai passa por dificuldade. Sexo e uísque.
• 55min: Um texto sobre a solidão: "um cigarro tem tempo de vida, minha vida precisa de um cigarro".
• 1h: Um arroto, um choro. (Não identifiquei a ordem.)
• 1h01min: Confissão do pai, na beira da praia, de uma juventude turbinada por cocaína: "Não sei por que, precisava te contar isso".
• 1h09min: Leitura do trecho de um livro, acho, russo. (Em português, mas não entendi.)
• 1h12min: Balada, cerveja, cigarro, beijo na boca. Música ao vivo.
• 1h13: Tour de cueca no corredor de casa.
• 1:14: Enterra o cachorro, Marcela convida Ciro para ir para Barcelona. Um sorriso redentor.

Sex and the City e como tapar um buraco existencial

Lúcia Gimarães hoje, no Estadão, tentando, como Lee Siegel, salvar as mulheres delas mesmas:

"O quarteto no filme faz concessões ou consegue o que quer (consumo e estabilidade). É o desfecho temporário para personagens que passaram dez anos oscilando entre a obsessão com o anel - a aceitação social trazida pelo casamento - e a promiscuidade sexual, dois extremos que não reconheço entre mulheres educadas e não psicóticas. Elas celebram a confusão entre o poder de compra com a compra de coisas para tapar o buraco existencial."

Viagem a Darjeeling

Viagem a Darjeeling é dos filmes mais bacanas que já assisti. Tudo perfeito. Tavez Wes Anderson seja o cineasta que eu gostaria de ser, se fosse cineasta e, confesso, mais inteligente. Assita o trailler aqui e, por favor, assista o filme, que é um espetáculo em todos os sentidos: pelas músicas, pelas cores, pelos personagens, pelas piadas, etc.

Viagem a Darjeeling é, como toda viagem espiritual, uma viagem antes psicológica, sentimental. E, portanto, tão engraçada quando estranha.

Meu pé de laranja lima

Meu pé de laranja lima é um filme profundamente triste. Ele foi, durante anos, o meu filme favorito. Algumas cenas me marcaram muito, quando era criança, como a do menino cortando o varal das vizinhas e assustando uma grávida com uma cobra falsa na calçada. Mas assisti de novo, ontem, e reparei como é um filme diferente, de outra época. É uma história muito pura, muito real, mas com passagens que hoje seriam impossíveis: como a do dia em que Zezé passa trabalhando para comprar um maço de cigarros para o seu pai, os tapas que vive recebendo da família e mesmo de desconhecidos, etc.

Mas o filme não seria impossível hoje só por esses detalhes. Zezé tem cinco anos e está passando por um drama existencial comovente. Tenta se divertir, sonhar, conversa com as pessoas, mas quase ninguém consegue entendê-lo. A não ser Portuga, um homem rico e misterioso que acolhe Zezé como um filho. O desinteresse da relação entre eles parece hoje até estranho. Estamos acostumados a desconfiar de tudo. 

A salvação de Zezé – o que o salva do suicídio – não são as saídas convencionais que têm nos consolado no cinema ultimamente: não é a família, não são os amigos da escola, não é que ele descobriu que pode ser feliz mesmo sem dinheiro, etc. Zezé amadureceu quando descobriu que a maior dor é aquela que dói no fundo do coração e que não conseguimos compartilhar com ninguém. O Portuga foi alguém com quem ele compartilhou parte dessa dor por algum tempo; mas o Portuga sofre um acidente, morre, e Zezé, aos cinco anos, descobre que "estamos condenados a viver".

Meu pé de laranja lima também é um filme muito brasileiro. Vassouras, onde o filme se passa, poderia ser qualquer cidade brasileira: aquelas paredes descascando, as calçadas irregulares, o bar que serve limonada, as ruas em paralelepípedo, a pracinha no centro, etc. É exatamente como imagino o Brasil na época – até os anos 70 –, mas é bem diferente de como ele é hoje. Meu pé de laranja lima é uma história que não se escreve mais que se passa num Brasil que não existe mais. Parte da sua tristeza também está aí.

O ano em que meus pais saíram de férias

Assisti ontem O ano em que meus pais saíram de férias, que queria ter visto quando estava no cinema. É uma história simples, simpática. Sinto falta de filmes sobre esses pequenos drama da classe-média em São Paulo. Me incomodo, claro, com esses filmes que, quando os personagens vão conversar, a câmera se afasta e começa a tocar uma música no fundo. Filme precisa de diálogo. Mas mesmo assim: gostei do filme, e queria assistir mais filmes brasileiros com esse espírito. Hoje o Brasil profundo, se é que existe, está na classe-média.

Maugham e o despertar de uma paixão

Fui nesta sexta correndo ao Iguatemi para assistir O Despertar de uma paixão. Tudo de Maugham me interessa muito. O fio da navalha – sempre digo isso – me ensinou a gostar de literatura; os seus contos me mostraram o charme de um Oriente distante; e seu livro de memórias, The Summing Up , foi uma aula sobre a relação com a literatura, com viagens, com o mundo. Fui animado, portanto, assistir um filme baseado em The Painted Veil, que não li. Mas o filme é Maugham em sua melhor forma. Um escritor de primeira considerado de segunda é o escritor perfeito para inspirar filmes de primeira.