Começou agora – só agora? – uma onda de orkutcídios. É o que diz o Link, no Estadão. Acho que faz tempo. Muita gente sensata entrou e saiu na hora. Outros nem entraram. Acontece que o Orkut é público demais. Esse modelo de convite não funciona e não convenceu. O mundo – o Brasil, na verdade – está lá.
Era supostamente um ambiente restrito. Quem acreditou nisso exibiu até a medula no site; mandou todos os recados de amor e disse que ia pra Itu no final de semana. E se arrependeu. As pessoas iam escrevendo tudo porque ninguém entendeu direito o negócio. A maioria ia ser muito mais discreta se soubesse o quanto se expõe inutilmente. Não é a Internet que vai mudar a natureza humana.
O erro do Orkut é ser livre demais e incluir todo mundo. A mesma teoria que o fundou – aquela do Kevin Bacon – é a que vai exigir que ele se transforme. As pessoas gostam de encontrar amigos e trocar idéias pela Internet – mas não com todo mundo. O Orkut do futuro é o que vai excluir as pessoas que não interessam: não estudam na minha escola, não tem a minha idade, não gostam de House.
O Facebook e o Tribe entenderam isso e muito mais. Explodiram. A New Yorker de 15 de maio saiu na capa com o artigo Me Media, do John Cassady, sobre esta geração obcecada em “profiling itself online”. Está tudo lá. Aproveite para incluir no Orkut a menina que ilustra a reportagem. Ela deve ter feito cursinho com você.
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